segunda-feira, maio 28, 2007

Trifosfato de Adenosina

O acontecimento mais marcante do dia foi a lembrança dessa substância de nome imponente. "Acho que vou até dormir quando chegar em casa", comentei. "Você está precisando de uma cama".

Nada. O que preciso mesmo é de trifosfato de adenosina. Cama eu já tenho, atrás de mim neste momento, mesmo sentado. Aliás, é muito difícil achar uma posição na cadeira quando se tem uma cama colada nas costas.

As últimas horas passaram como sonhos. Tudo na sala é envolto em névoa. A voz do professor faz eco. A minha não faz o menor sentido. Não sei porque resolvo falar e gastar minhas valiosas reservas de energia movimentando os músculos da face, fazendo esse esforço intenso de obrigar o ar a passar pelas cordas vocais. Articular a fala, que hábito desnecessário. Que vontade de grunhir.

E falo justamente sobre sonhos, num exercício de metalinguagem. E falo, e sonho, e coço, e rabisco o papel e olho ao redor e essa gente séria. Chega, cansei, está na hora de levar a cama de volta pra casa.

Marcadores: , , , ,

2 Comments:

Blogger Anna said...

Ave César!
E ainda deu de quebra a alegria de ler palavras desaparecidas desde os idos tempos do ensino médio. Trifosfato de adenosina. A língua até estala.

00:27  
Blogger Unknown said...

experimente estalar a lingua com:Dioctilsulfossuccinato de sódio,ou ainda cilcopentano-per-hidro-fenantreno

18:54  

Postar um comentário

<< Home