sábado, junho 09, 2007

Nas madrugadas

Confesso. Confesso a minha promiscuidade compulsiva. Não passo uma única noite sozinho no quarto. Na minha cama tenho sempre companhia. Às vezes, num desejo insaciável, até me entrego a mais de um. E passamos horas rolando na cama e só depois de muito tarde viro e durmo. Acordo cedo, tonto de sono e querendo mais. Torço para o dia passar depressa.

Não tenho preconceitos. Pode ser novo, velho, homem ou mulher. Mas, admito, tenho meus preferidos. José e Gabriel são casos sérios. Me fazem perder noites inteiras de sono. Quando começo, não consigo mais parar e vejo a hora passar e quanto mais me entrego, mais desejo me entregar.

Mas eu sentia falta de uma presença feminina na minha cama. Até que conheci a Lygia. Meu Deus, a Lygia, minha mais recente paixão. Noite e noites embriagado com Lygia e suas palavras sacanas, sua ironia sutil, suas várias personalidades e sua maneira simples de falar de amor. "Não se arranca o bem-querer do coração", palavras dela. Lygia, quem mais seria capaz de dizer algo assim tão óbvio e, por isso mesmo, tão indizível, invisível, impensável?

Inicio mais um capítulo. As páginas se sucedem como vagões de um comboio interminável que não canso de ver passar. Os ponteiros saltam em quartos de hora e não sou capaz de fechar o livro. O sono fica cada vez mais distante e a manhã, cada vez mais próxima. Vem, minha Lygia, que parei para escrever essas bobagens e já estou morrendo de saudade.

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5 Comments:

Blogger Bernardo Tonasse said...

Ah, eu quero a Lygia também! É fagundes telles?

Excelente texto, caro triúnviro. O trifosfato também.

Nos vemos no campo de batalha.

23:25  
Blogger Bernardo Tonasse said...

Porra, desde que o blogger mudou pro google, Pompeu foi tragado pela personalidade magnética de Bernardo. Como desfazer isso???

23:26  
Blogger Fernando Palma said...

É como uma declaração para ela...bonito.

08:48  
Blogger Anna said...

Ai, essas putarias literárias... Estou morrendo de saudades dos meus amassos com Clarice. A Lygia, nunca peguei. Mas não por falta de vontade. É só que ela nunca me deu mole.

00:24  
Blogger Stephanie said...

trata-se realemnte de uma caso de promiscuidade de fazer inveja à Caligula! até Madalena já foi parar nesta cama!

E acho que tirando esta mulher má, de sete demônios, as outras companhias são ótimas!

hahahahah

beijo!

14:31  

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