sexta-feira, novembro 23, 2007

Perigo

Ó, céus, um sentimento! Mata, mata! Não deixa esse bicho crescer. Olha! Já cresceu! Mas ainda dá pra matar. Será? Dá, dá sim. Vai lá perto. Eu não, tenho medo. Olha o tamanhão desse negócio já! Mas se não matar agora, depois será tarde demais. Não sei. Pensando bem, é até um bichinho simpático. Não é! É sim. É não! Ai, tá vindo pra cá! Parou, parou. Está só olhando. Será que morde? Parece traiçoeiro. Você sabe o que esses bichos fazem, né? Sim, soube de algumas vítimas. Relatos terríveis. Mas parece tão bonzinho. Não creio que possa ser tão perigoso. Queria ficar com ele, mas... e se crescer demais? É arriscado. E como devo alimentá-lo? Melhor não alimentá-lo. Quer saber? Melhor acabar logo com isso. Sim, sim, antes que me conquiste. Mas como? Agora já não dá mais para pisar nele, nem bater nele. Apenas sufocá-lo. Nossa, como é difícil: tem muito fôlego. Imagina se crescesse mais? Viraria um monstro. Um mostro bonito, mas, ainda assim, um monstro. Não morre. Está morrendo. Ainda demora um pouco, mas está morrendo. Para crescer, é assim do nada, num instante. Mas só morre com o tempo. O importante é não fraquejar. Não desistir. Isso, não parar de sufocá-lo. E ter a certeza que está fazendo a coisa certa.